Quando vi a proposta de uma
blogagem coletiva proposta por "Donas de Casa Anônimas" com o tema dona de casa, já que dia 31 de outubro é o dia das donas de casa.
Comecei a pensar no que ia escrever,
porque apesar de trabalhar fora tantos anos, a gente sempre é meio dona de casa,
não tem jeito!
Sem contar que depois que temos filhos por mais que não pareça tem sempre uma força
(um pensamento) maior e uma cobrança que as vezes parte de nós mesmas que nos leva a indagar, mas vai sair pra trabalhar? E o
bebê?
Então comecei a ler a respeito e
conversar com várias pessoas.
Conversando com um rapaz e
contando que uma amiga foi até a casa do namorado ajudá-lo com a limpeza e a
cuidar da casa, e que por isso acabou virando rotina e hoje depois de casada ela se mata para cuidar da casa, dele e das coisas dele, ele virou e respondeu - mas não é a obrigação dela?
E continuou, sou casado e minha
mulher vai trabalhar só se eu quiser, se eu achar que o horário de trabalho não
está bom falo pra ela sair e pronto. E se não estiver bom pra ela, arrumo as
minhas malas e vou embora.
Dias depois desta conversa neste blog li a seguinte frase - “Eles foram treinados para o papel de provedor
e, por puro machismo, transferem toda a responsabilidade da casa e da criação
dos filhos para a mulher.” (Ricardo
Estevam)
Acho que toda essa confusão
começa aí.
Porque cuidar do lar onde moramos, estar com filho,
participar do seu crescimento, das suas vivências, das suas descobertas, da sua
infância, poder ver se ele está realmente se alimentando bem, como tem passado
o dia, fazer parte do seu cotidiano, poder contar-lhe histórias, participar de
suas brincadeiras, ver e observar como ele constrói suas idéias, escolher fazer
parte do dia a dia dele. Cuidar da casa com zelo, deixando tudo do jeitinho que
a gente gosta, ter o poder de organizar uma rotina agradável ao lado de quem
amamos não teria nenhum motivo para se envergonhar se não fosse por não ser
valorizado, e porque não é?
Por uma visão machista e não digo
que essa visão seja só deles, há muitas mulheres mais machistas que muito homem
por aí.
A ideia de que num casamento tudo
deve ser dividido pelo jeito ainda é minoria...
Nas redes sociais quem tem
coragem bota a boca no trombone, se expressa... Mas ainda há quem fique
quietinha só escutando. Ou quem ainda nem tenha conhecimento disso.
Também não é estranha a tal
frase, hoje em dia as mulheres têm que sair para trabalhar, não é como
antigamente que só o marido conseguia sustentar a família.
Muitas pessoas se acham
independente por trabalhar fora, mas dependem muito de outras pessoas para
realizarem as tarefas mais simples.
Como já disse em outros posts a
ideia de dependência não me chama a atenção. E não estou do lado de nenhum
gênero (nem masculino, nem feminino). Qualquer tipo de dependência não me atrai.
Talvez por isso a minha opção não
tenha sido a de ser somente dona de casa – a dependência financeira. Para mim
difícil questão.
Desde a adolescência meu sonho
sempre foi ter a minha casa, sair da barra da saia dos pais, ser independente.
E aí depois de tudo conquistado vou jogar isso nas mãos de uma outra pessoa?
Ter que pedir dinheiro para ir à
padaria? Não me faz sentir confortável.
Em curto prazo legal, em longo
prazo... Difícil!
Sem contar que nem sempre é uma
opção!
Minhas avós não tiveram opção, assim como
muitas mulheres não tem, mesmo por seu modo de vida, por sua criação, passam a
vida a sonhar com o casamento e com a criação dos filhos, e de fato para a
maioria delas isso era a realização suprema para a vida, assim me conta minha
avó paterna. Hoje em dia ela diz não podíamos fazer nada filha, tinha que
obedecer ao marido.
Hoje ela conta que tinha
sonhos... Que queria ser professora, que durante a vida sentiu muita falta
dessa valorização que tanto falamos, que ninguém a elogiava por a casa estar
limpinha e cheirosa. Que gostaria de ter sido mais bem tratada, afinal fazia
tudo com o maior amor. E conta também a história de uma irmã, muito
inteligente, que com a ajuda da mãe estudou escondida, se formou e o pai quando
descobriu a proibiu de trabalhar e depois de se casar o marido fez o mesmo.
Hoje em dia ainda podemos optar!
Mas nem sempre foi assim... E nem sei se isso ocorre em todos os lugares e em
todas as famílias. O jovem com quem conversei (conversa do início do texto) não
tem uma realidade tão diferente e nem é de um lugar distante.
Hoje ainda lutamos para que seja
uma opção de fato!
E não podemos nos esquecer quando
optamos por algo, abrimos mão de alguma coisa sempre.
Não deve ser uma obrigação visto dessa forma que o rapaz da história falou. Cuidar da casa deve ser sim uma responsabilidade, e se possível partilhada por todos os que vivem no mesmo lar.
ResponderExcluirConcordo inteiramente contigo Renata.
ExcluirAqui em casa é bem assim, acho que é uma responsabilidade de todos.
Infelizmente existem pessoas que pensam como ele, esse é o problema!!
Não estamos totalmente livres desse tipo de mentalidade.
Obrigada pela visita e por compartilhar conosco a sua opinião.
Beijos
Camila
Acredito que a opção é o melhor remédio mesmo! rsrs e por ser uma opção vai acabar abrindo mão de outra, mas aí entra ver qual é a mais vantajosa.
ResponderExcluirO q percebo mt na internet são mulheres, na sua totalidade mães, pensando duas vezes em ser um mãe full time e, portanto, dona de casa em prol da qualidade da vida do filho e bem estar geral da família. E mts vezes é uma escolha criticada, mas enfim, naio dá pra agradar todo mundo ne.
Camila, adorei teu texto!
abraço!
Dani
p.s.: vc pode arrumar o link do selinho q esta para o bolsa de mulher e colocar pro dca? rsrs
Olá Dani.
ExcluirVerdade, acredito que ter opção é a melhor escolha.
Não importa o que pensam das nossas escolhas, só cabe a cada uma de nós saber o que é melhor.
Desculpe pelo link, está arrumado. Menina, sou super perdida com essas coisinhas do blog...kkkkkkk. Sou muito atrapalhada, mas um dia eu tomo jeito!!
Que bom que gostou do texto, fico feliz em saber.
Obrigada pela visita em nosso cantinho.
Beijos
Olá Camila! Concordo. O machismo não é só masculino. Parabéns pela participação. Beijos!
ResponderExcluirObrigada Renata!
ExcluirSeja sempre bem vinda ao nosso cantinho.
Beijos
Que post completo... expressa tudo o que penso.
ResponderExcluirNesse momento, me encontro no dilema: Ficar em casa ou Estudar e depois trabalhar fora?
É complicado..
Parabéns pelo post.
Beijos!!!
Olá Brenda.
ExcluirEu passei por isso a um tempo atrás, pois iniciei um curso quando estava gestante e depois que minha pequena nasceu continuei cursando. Não foi fácil. A gente vira meio mulher elástico, mas aqui deu certo. Claro que pudemos contar com o super apoio da vovó, que ia comigo e ficava com meu bebê enquanto eu estava na aula. Amamentava antes de entrar e na saída.
Hoje torno a passar por isso outra vez.
Acredito que estar ao lado da mãe (lembrando que tem que ser um tempo de qualidade também)faz muito bem às duas, pois nada melhor do que dividir momentos mágicos com nossos pequenos, ainda mais podendo participar e presenciar tudo na sua infância.
Loguinho começo a trabalhar. E desta vez com uma carga horário um pouco mais estendida. E estou neste dilema de período integral (Isso me mata!)
Mas sendo um caso de necessidade alivia um pouco a consciência.
É mega complicado mesmo!!
Obrigada pelo seu carinho e por sua participação.
Obrigada linda!
Beijos
OI CAMILA, GOSTEI DO SEU TEXTO ,CONCORDO SEMPRE QUE ESCOLHEMOS ALGO, DE ALGUMA FORMA ESTAMOS PERDENDO, OUTRA.O RAPAZ QUE VC. CITOU REFLETE O PENSAMENTO DE INÚMEROS HOMENS E MULHERES AINA HOJE,MESMO COM TODO O ADVENTO DA LIBERDADE FEMININA.O QUE ACHO É QUE UM 'SER HUMAMO' DEVE SEMPRE TER LIBERDADE DE ESCOLHA, E UMA PESSOA NÃO DEVERIA SER CONSTRANGIDA SE OPTOU POR SER DONA DE CASA, COMO VEMOS ACONTECER HOJE EM DIA.
ResponderExcluirTambém participei, passa lá depois pra ver :http://casascoisaseoutros.blogspot.com.br/2012/10/blogagem-coletiva-especial-dona-de-casa.html
Beijo!